CV – A tua identidade profissional
Um CV organizado é meio caminho andado para arranjar emprego
O teu CV é um cartão de visita que pode fazer a diferença entre um convite para uma entrevista ou a cartinha a dizer que não foi seleccionado.
Ao escreveres o CV, deves observar uma série de regras e dicas que visam diferenciá-lo entre os demais candidatos à oportunidade, destacando as qualidades profissionais e pessoais.
Antes de começar a escrevê-lo, faz uma reflexão sobre a tua formação e carreira profissional, identificando os pontos fortes. Na hora de redigí-lo, faz com calma e paciência, sem pressa – lê e relê várias vezes até ter a certeza de que está tudo certo – Estás a fazer o teu “Bilhete de Identidade” profissional !
É hora de transformar o teu CV numa arma eficaz
Informações relevantes
Refere todas as informações que salientem as tuas mais valias e aumentem as possibilidades de obter uma entrevista.
O facto de organizar todos os anos um festival de sardinhas não interessa quando se candidata para a função de Web Designer. Se, pelo contrário, queres trabalhar numa agência de organização de eventos, a informação torna-se importante.
Molda o teu CV ao emprego para o qual te candidatas
Não ter medo de espaços em branco
Não temas as lacunas. Mesmo se achares que o teu CV parece um pouco “nu”, desde que tenhas incluído todas as informações relevantes e conquistas quantificáveis, não precisas de te preocupar. Lembra-te: Às vezes, menos é mais.
Não tentar incluir demais
O CV ideal deve ser uma lista de todas as tuas realizações. Ele não deve ser a tua história de vida.
Não incluir informações irrelevantes
Antes de incluíres todos os pontos, faz sempre a mesma pergunta: será que me vai ajudar a conseguir a vaga. Se a resposta for não, retira-o. Hobbies e interesses são um bom exemplo. Se não te ajudarem para que te destaques, não desperdices espaço valioso.
Não esquecer da carta de motivação
A carta deverá estar anexada ao teu CV e ambos são vitais para que conquistes o lugar almejado. No anúncio não pedem que a incluas? Cada oportunidade para falares sobre ti deve ser aproveitada.
Não fazer experiências com o tamanho da letra
Podes cair na tentação de diminuir o tamanho da letra, para conseguires ter toda a informação em duas páginas… Ou então usar uma fonte grande para preencher melhor o currículo… Contudo, e infelizmente, não enganas ninguém. Tem também cuidado com as margens. Não te descuides nestes aspectos.
Outras coisas a não fazer
Usar cores loucas, usar fontes loucas, incluir referências desnecessárias, incluir selfies.
Fotografia: sim ou não?
As opiniões diferem aqui. Uma certeza: nada de imagens de corpo inteiro. Se tens um sorriso bonito, inclui a foto porque isso ajudará o teu CV a destacar-se. Aposta em fotos profissionais — nada de usar aquela em que estás incrível na praia. Evita também aquela em que estás num bar a beber shots, “a não ser que estejas a concorrer para ‘dançarino/a exótico/a’ ou ‘bartender’”. “Nesses casos até deve ser obrigatório.”
Tamanho reduzido
Evita um CV do tamanho da Bíblia
“A sério? Tens um CV com dez páginas? Boa sorte em conseguires que alguém do recrutamento leia mais de duas páginas.” Aposta num formato conciso, organiza a informação por tópicos. Se conseguires uma entrevista, poderás explicar com detalhe tudo o que fizeste, mas primeiro alguém dos recursos humanos tem de reparar no teu CV.
Evita informação inútil
Incluir a tua cor favorita ou o signo do zodíaco ou experimentar toda a paleta de cores do computador na paginação são grandes desvantagens. Também o tipo de letra escolhido é importante. “Comic Sans MS? Estás a concorrer para uma loja de gelados?” Mantém o CV em “grey scale” ou usa, no máximo, três cores.
Faz um resumo na primeira página
No topo da primeira página do teu CV, inclui uma pequena secção, com cerca de cinco linhas, que pode estar destacada numa caixa para se diferenciar do resto do documento. Diz o que fizeste nos últimos anos, refere as tuas habilitações literárias e descreve o que estás a fazer agora e o que procuras num trabalho e no futuro.
Dica para as cartas de apresentação: “Lembra-te, não estás desempregado, estás entre trabalhos ou a explorar outras oportunidades de carreira.”
Bem organizado
Divide o teu CV em secções claras (por ex. dados pessoais, formação, experiência profissional, observações etc.) Coloca bastantes espaços em branco para o tornar mais legível.
Mantê-lo resumido e interessante
Os currículos mais eficazes não são apenas informativos, mas também concisos. Experimenta colocar os pontos mais pertinentes e, o ideal, é que o CV não tenha mais do que dois lados de uma folha A4.
Escolher uma fonte profissional
Uma fonte profissional garante que o CV possa ser lido facilmente e digitalizado sem problemas. Lembra-te: Comic Sans não é uma fonte “amiga”, nestas questões.
Seguir uma ordem lógica
Usa espaçamento suficiente, títulos de secções claros (por exemplo, Experiência de Trabalho, Educação) e uma ordem cronológica inversa para manter as coisas claras e de fácil leitura. Também deves destacar as tuas realizações mais recentes.
Apostar nos teus pontos fortes
Formata o CV de modo a que o destaque seja colocado naquilo que melhor sabes fazer. Por exemplo, se sentires que a falta de experiência está a prender-te, coloca a educação em primeiro lugar. A ordem das secções pode ser alterado consoante o que queres comunicar.
Usar pontos de tópicos
Eles são uma óptima maneira de chamar a atenção para quaisquer factos importantes ou informações relevantes, permitindo que um recrutador ao passar os olhos pelo teu CV repare e leia mais facilmente aquilo que pretendes destacar.
Formato: PDF
Controla o tamanho do teu documento e converte-o para PDF. Duas vantagens: ninguém poderá fazer alterações e não corres o risco de entupir a caixa de e-mail do teu futuro chefe.
Outras coisas a fazer: Incluir detalhes de contacto, possuir um e-mail profissional (princesafofinha7@email.com não conta), manter a formatação consistente, pedir a alguém para verificar.
Exemplos concretos
Espírito de equipa, capacidade de perseverança e facilidade de contacto são características bonitas, mas sem exemplos concretos ficam vazias de significado. Indique concretamente como, no passado, demonstrou o seu espírito de equipa ou onde já aplicou a sua capacidade de perseverança.
Encontra aquele facto obscuro que te torna único. Por exemplo, se és mesmo bom a matemática deves, provavelmente, referi-lo no teu CV. Se coleccionas pacotes de açúcar, talvez não. “Scary googling skills” também são válidas.
Uma apresentação em power point ou um DVD pode ser uma boa opção, mas tem de ter em conta o tipo de empresa a que se está a candidatar. Convém saber exactamente quais os teus objectivos, para lhes poder dar tudo aquilo que eles precisam: TU.
Estás farto de enviar cartas de apresentação e currículos para empresas. Ao fim de três meses recebes uma carta com três linhas a dizer que de momento não têm lugar para ti, ou nem se quer obténs resposta.
Aquilo que tens de fazer é dar a volta por cima: valoriza-te e sê criativo a promover as tuas competências.
Apela à tua imaginação na hora de enviar o currículo
As necessidades criam-se e as oportunidades surgem do nada se souber marcar a diferença. Distingue-te no meio da multidão personalizando ao máximo o CV. Apresenta-te no teu melhor e dá uma boa imagem de ti.
O mercado de trabalho é rígido, as oportunidades nem sempre estão à vista e há mais procura do que oferta na maioria das áreas. Em vez de estar seis meses de braços cruzados, à espera que te respondam a uma carta, vai lá pessoalmente entregar um projecto, uma ideia.
Sê ousado!
O medo de cair no ridículo não pode ser maior do que a vontade de ter aquele emprego que escolheu. A competitividade impõe-te novos desafios para os quais vais ter de estar à altura.
A valorização pessoal é um trunfo que tens de jogar a teu favor. Para ser notado tens primeiro de acreditar em ti. Se tiveres orgulho em ti e mostrares iniciativa, não passará despercebido.
Aprende a ser único no mercado de trabalho
Utiliza as novas tecnologias para conseguir os teus objectivos, recorra a todas as técnicas ao seu alcance.
Lembra-te que não tens nada a perder, mas pode ter muito a ganhar
Quando uma empresa analisa um CV, procura insistentemente uma diferença, uma particularidade que lhe chame a atenção. Lembra-te que ninguém lê, vê ou ouve algo que não lhe desperte primeiro a curiosidade.
Defende-te da vulgaridade. Focaliza o teu espírito no conteúdo, na forma, na textura, na cor, no cheiro, use os seus sentidos para despertar os dos outros. Apela a imagens, sentimentos, contrastes…
Causa impacto!
As empresas são mais sensíveis aos candidatos que mostram uma grande vontade de trabalhar na empresa, pois sentem-se valorizadas.
Agora não exageres, sob pena de seres considerado demasiado excêntrico para ocupar um lugar convencional numa empresa.
Não te esqueças: a criatividade é uma grande ajuda quando se trata de conseguir que reparem em si. Uma boa ideia pode ajudá-lo a obter o emprego porque anseia.
Sinceridade
Uma pequena mentira a teu favor parece inocente mas pode ter consequências negativas. Ao mentir no seu CV arriscas-te a ser apanhado mais cedo ou mais tarde.
Um CV é, desde logo, um documento pessoal e identificativo que voluntariamente apresentamos aos outros. Geralmente a desconhecidos. Estamos a enviar à pessoa que o recebe razões para nos contactar e, se sucedermos aqui, para nos contratar.
Não há nenhum outro documento que enviemos a terceiros que contenha resumidamente toda a nossa vida de forma tão organizada e simples (ou assim se espera que seja um CV). O problema é que por vezes quando olhamos o nosso percurso, sentimos que não chega para aquela vaga (uma vaga que queremos muito!). Mas tome-se isto como regra:
Não podemos nunca cair na tentação de fazer da nossa história aquilo que ela não é. Mentir seja sobre o que for é arriscado.
Se não for a nossa moral a ditá-lo, que seja a jurisprudência.
No que compete à mentira, são exemplos a tendência para acrescentar uma ou outra experiência de trabalho facilmente dissimulada no meio de experiêncais verdadeiras, acrescentar uma segunda ou terceira língua com a qual apenas tivemos contacto durante dez dias de férias, apresentar referências que não podem ser contactadas, que não existem ou, no caso de existirem, que em nada realçam ou valorizam as suas competências para aquela função.
CV criativo
Patrícia Cordeiro é uma jovem de 22 anos, natural de Coimbra. Licenciada em Biotecnologia, desde Dezembro de 2012, ainda não conseguiu encontrar a oportunidade de trabalho que tanto ambiciona. Por isso mesmo, decidiu apostar na criação de um CV que fosse capaz de “sobressair entre tantas e tantas centenas de CV‘s que as empresas recebem diariamente”, diz.
“Nos tempos que correm, a nossa imaginação e criatividade para ultrapassar os obstáculos que vão surgindo na nossa vida, são, sem dúvida, factores importantes e decisivos, e que jamais poderão entrar em crise. É esta nossa atitude pró-activa perante as situações, neste caso, de criatividade, que nos poderá ajudar e fazer destacar, de certa forma, dos restantes”, afirma, sem hesitação, ao Emprego pelo Mundo.
Foi esta postura que levou Patrícia a criar um CV diferente.
Vê aqui o artigo e explora a tua imaginação !
Recrutador
Um estudo recente trouxe algumas luzes sobre o comportamento dos recrutadores no que toca ao processo de escolha de um candidato. De acordo com a pesquisa de TheLadders, os recrutadores levam uma média de 6 segundos numa primeira análise ao CV, que determina se dado candidato “passa ou não”, nessa fase inicial de selecção.