O que fazer com o seu part-time.
Nos dias que correm quase que nos pedem que sejamos super-heróis.
No meio da grande recessão que tem vindo a assolar ao país nos últimos anos, muitos portugueses têm sido obrigados a remendar empregos de curto prazo ou trabalhos temporários, a fim de pagar as suas contas pessoais e viver o seu dia-a-dia com o máximo de dignidade possível.
Mas há até quem acredite que ser um super-herói não é só brilho e glamour. É um trabalho difícil. Combater bandidos, salvar o dia, todos os dias…. Até eles se cansam. E o que fazer com estas experiências? Escondê-las? Assumi-las?
O ilustrador malaio Chow Hon Lam pensou no assunto e satirizou a vida dos nossos super-heróis favoritos, caracterizando-os com variados empregos a tempo parcial no mundo de todos os dias. Vale a pena rever.
É importante que estes super-heróis, e também nós, mortais trabalhadores, nos debrucemos sobre a forma como estas atividades de trabalho devem ser apresentadas a potenciais empregadores.
Se tem receio de contar na próxima entrevista de emprego, ou de colocar no seu currículo que tem esse trabalho temporário menos qualificado, saiba que não está sozinho.
A primeira coisa que deve lembrar-se é que a economia atual tem forçado muitos
trabalhadores a aceitar empregos para os quais são demasiado qualificados. Outra questão é a da recolocação de profissionais experientes e competentes para outros sectores do mercado de trabalho. Por este razão esse estigma, o do “sempre a mudar” e “nunca ficar muito tempo no mesmo sítio”, já não assusta tanto os empregadores, até porque mesmo no seio das suas próprias empresas eles são muitas vezes obrigados a recrutar colaboradores num regime temporário.
Lembre-se que até os super-heróis estão em crise!
Os gerentes de contratação, técnicos de recursos humanos e recrutadores em geral recebem currículos a toda a hora e de todo o tipo de profissionais (altamente qualificados incluídos), disposto a colaborar em regime de part-time ou fins-de-semana ou até por períodos sazonais. O que interessa reter é que há já a noção por parte dos empregadores de que os candidatos estão com atividades desse tipo, a fazer o melhor que podem do seu tempo e a praticar as suas competências. É, além disso, fundamentalmente uma prova de pro-atividade um desempregado envolvido em atividades de curta duração, voluntariado, formação, trabalhos como freelancer e envolvência na comunidade a tempo parcial.
Todos conhecemos histórias de pessoas que caíram na rede do desemprego e decidiram colmatar essa carência com atividades a tempo parcial, que não só revelam que a pessoa não desistiu de voltar ao ativo, mesmo enfrentando muitas vezes circunstâncias muito difíceis.
Da mesma forma, mostrando que está a realizar trabalhos temporários no seu currículo desperta o interesse e a compaixão dos empregadores, o que pode valer-lhe um primeiro contacto. Incluir estas atividades temporárias no seu currículo demonstra que, mesmo quando os tempos são difíceis, você tem a ética de trabalho para fazer o que puder para permanecer em jogo.
Então vamos lá. Bom trabalho e… boas aventuras!