As melhores maneiras de manter o cérebro jovem
No mundo do trabalho é essencial manter o cérebro activo. Na verdade, é essencial por toda a nossa vida, até porque as células cerebrais são frágeis, morrem e, tanto quanto se sabe, não são substituídas. A estrutura do cérebro funciona como um músculo que quando não é usada atrofia, e tem, por assim dizer, de “voltar aos treinos” para ser activada.
Sabemos, por exemplo, que cada vez que aprendemos uma coisa nova – seja uma língua, um instrumento musical, conduzir um veículo, fazer crochet ou jogar xadrez – o cérebro cria uma nova rede neuronal, por meio de sinapses. Há muitos estudos que falam mesmo de aumentar as capacidades cognitivas, caso o indivíduo aposte na aprendizagem contínua, e de travar a deterioração cerebral que já esteja em curso.
Um cérebro inactivo pode mesmo definhar e ficar muito aquém das suas capacidades, para além de ser muito mais permeável a todo o tipo de demências e doenças degenerativas, como o Alzheimer.
A nossa vida profissional e pessoal passa por muitas fases – algumas completamente inesperadas – e devemos, desde cedo, aprender a defender o nosso cérebro, que faz parte da condição essencial da saúde e tudo comanda.
Há actividades que podem parecer aparentemente supérfluas e que nos ajudam muito. Há outras, onde aliás perdemos boa parte do nosso tempo, que oferecem muito pouco estímulo cerebral, e podem ser altamente nocivas caso percamos demasiadas horas com elas.
Estratégias essenciais:
Boas actividades
Ver televisão ou navegar nos murais de redes sociais são actividades que pouco acrescentam em termos de ginástica cerebral. Já dançar, aprender um instrumento, aprender uma língua, jogar jogos de tabuleiro e cartas, trabalhos manuais vários (tricot, olaria, etc.), jogos de vídeo, palavras cruzadas, trabalho doméstico, ler, escrever à mão, entre muitas outras, são consideradas actividades saudáveis. Tudo isto foi alvo de estudos que confirmam que todas elas contribuem para o bem-estar cerebral, diminuem o risco de doenças várias, podem potenciar capacidades diversas e são um antídoto anti-envelhecimento a manter ao longo da vida. Se ler ou jogar ajuda de facto, não é, no entanto, comparável com aprender a fazer coisas novas e manter uma atitude de auto-superação. Aprender sempre é o que pode fazer toda a diferença.
Sono
Dormir entre 7 a 8 horas regulamentares, fazer a sesta e manter hábitos de descanso também contribui para a saúde cerebral. As insónias e a apneia do sono, ao contrário, são associadas à demência.
Alimentação
A nutrição adequada é fundamental para a saúde em geral. Como alimentos amigos do cérebro estão garantidos os frutos secos, as castanhas, os peixes gordos, os frutos vermelhos, o tomate, as uvas, os espinafres, os ovos, chás verdes, vermelhos e brancos e cereais como a quinoa. As vitaminas do complexo B são fundamentais, assim como todos os alimentos que contêm ácidos gordos, ómega 3 e anti-oxidantes.
Exercício
O exercício é muito importante nesta matéria, tendo-se provado até que é possível criar mais células na área cerebral que é importante para a memória, o hipocampo. Um programa popular da BBC reuniu um grupo de pessoas com mais de 60 anos para fazer aulas de ténis de mesa. Já era sabido, mas o programa conseguiu demonstrar o efeito poderoso que essa aprendizagem desportiva teve nos seus cérebros, tendo-se comprovado que, nalguns casos, o córtex cerebral aumentou.
Socialização
O homem é um animal social. A confirmar esta ideia está o facto de estar comprovado que as pessoas que mantém contacto com outras têm melhor memória e processamento mental, e que, ao contrário, a solidão aumenta a probabilidade de doença. Passar tempo com amigos e família, especialmente quando se envelhece, poderá ser uma das melhores ajudas para não sofrer de demência.
Álcool e tabaco
É facto que o consumo de álcool em excesso, ou mesmo moderadamente, prejudica o cérebro nas suas várias funções. Duas bebidas deve ser o limite máximo diário, já que o álcool é um factor de risco importante para a demência. Já o tabaco, ataca a saúde de uma forma geral, não sendo o cérebro excepção e está também muito associado à doença mental.