Prazer, Crónica por Rita Damásio

Um mundo de emoções, sensações e interpretações.

Provas um chocolate. O sabor provoca-te um desejo imenso, tiras outro quadrado. Derrete-se na tua boca e sem conseguires resistir ao seu sabor engoles de imediato. Tiras um terceiro quadrado e enquanto se dissolve entrelaças a língua húmida, passa-la por todos os dentes sugando o que resta. A experiência desperta em ti um apetite voraz, acompanhado de excitante insaciedade. Ansiosa por mais um pedaço do maravilhoso ingrediente a tua saliva multiplica-se.

Queres tirar o máximo partido do teu paladar, explorar e apreciar o sabor em pleno. É difícil travar o desejo, torna-se um vício e já não identificas se o sabor é enjoativamente mágico ou de um amargo familiar. No final da experiência sentes uma má disposição infernal que causa naúseas e desconforto abdominal.

Precisas controlar a gula por sabores fortes e momentaneamente reconfortantes. É um doce pecado que engorda e aumenta a glicémia. Passas porém dias a desejar e a ressacar da ausência do sabor, apesar da memória te transportar para as inúmeras más disposições que causou.

Procuras um chocolate mais saudável com menos calorias e maior percentagem de cacau. Encontras vários no supermercado com embalagens e preços bastante apelativos, mas consideras que é melhor consumir chocolate em ocasiões especiais; talvez quando jantas fora. As sobremesas de chocolate são uma boa opção. Juntam ingredientes que equilibram a dose e cortam o enjoativo. Um petit gateau acompanhado de gelado e morangos pode ser o ponto alto de um final de noite.

Não há que cortar com os “doces” da vida, há que escolher os certos e aprender a saboreá-los.

Uma sobremesa que se derrete na boca e no coração é um belo prazer gastronómico, delicia-te.