CV: a mentira tem perna curta

É tentador, não podemos negar. Quantas vezes nos apeteceu florear uma verdade ou construir uma mentira que nos coloque um passo mais perto dos nossos objetivos? Pode parecer-nos um risco secundário, mas as pequenas mentiras no nosso currículo estão sujeitas a uma fragilidade inegável:

  1. Fomos nós que as pusemos lá
  2. Depois de as enviarmos não há volta a dar

Um currículo é, desde logo, um documento pessoal e identificativo que voluntariamente apresentamos aos outros. Geralmente a desconhecidos. Estamos a enviar à pessoa que o recebe razões para nos contactar e, se sucedermos aqui, para nos contratar.

Não há nenhum outro documento que enviemos a terceiros que contenha resumidamente toda a nossa vida de forma tão organizada e simples (ou assim se espera que seja um currículo). O problema é que por vezes quando olhamos o nosso percurso, sentimos que não chega para aquela vaga (uma vaga que queremos muito!). Mas tome-se isto como regra: não podemos nunca cair na tentação de fazer da nossa história aquilo que ela não é.  Mentir seja sobre o que for é arriscado.

Se não for a nossa moral a ditá-lo, que seja a jurisprudência.

No que compete à mentira, são exemplos a tendência para acrescentar uma ou outra experiência de trabalho facilmente dissimulada no meio de experienciais verdadeiras, acrescentar uma segunda ou terceira língua com a qual apenas tivemos contacto durante dez dias de férias, apresentar referências que não podem ser contactadas, que não existem ou, no caso de existirem, que em nada realçam ou valorizam as suas competências para aquela função.

Para valorizar o seu currículo não minta, antes:

SEJA PESSOAL

Aposte em si e realce o que sabe fazer melhor, especialmente dentro do que é critério de preferência para aquela vaga em particular. Pode ter a certeza que você tem um conjunto de competências e características que mais ninguém tem. Saiba promover o melhor de si.

SEJA VERDADEIRO

As capacidades de trabalho são importantes, mas não bastam para conseguir um emprego. A personalidade é tão importante como a formação académica e experiência, e o seu potencial empregador não vai gostar de descobrir que mentiu no currículo.

SEJA CRIATIVO

Num mercado de trabalho competitivo, esta atitude pode fazer a diferença entre conquistar ou deixar fugir a vaga.

COMPROMETA-SE

Gostava que quando conhece uma pessoa nova ela lhe apresentasse um discurso padrão descontextualizado? Perca tempo com a sua candidatura e personalize o seu currículo. Vai ver que vai valer a pena.