Bruno Claro – Reino Unido – Londres

Bruno Claro – Reino Unido – Londres

1- Idade, naturalidade e percurso académico.

Tenho 30 anos e sou natural de Pombal. Tirei a licenciatura em Cardiopneumologia na Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra, trabalhando depois como Perfusionista no Centro de Cirurgia Cardiotoracica dos Hospitais da Universidade de Coimbra durante 6 anos e meio.

2- Desde quando vive em Londres e porque decidiu ir?

Estou em Londres desde o inicio de 2011. Apesar de estar numa situação contratual bastante estavel, a ambição profissional, o facto de não haver progressão de carreira, a estagnação e falta de motivação fizeram-me procurar algo melhor! Procurei Londres e outras cidades europeias.

3- Foi sempre seu desejo viver / trabalhar fora de Portugal ou tratou-se de uma necessidade?

Sempre quis ter alguma experiência no estrangeiro, mas que fosse apenas uma temporada e não assim. Senti necessidade de explorar e estudar as oportunidades que tinha no estrangeiro, mandei o currículo para vários países da Europa. Quando recebi respostas é que me apercebi que não seria dificil. Coloquei tudo nos pratos da balança e o que pesou mais foi saber que iria continuar desmotivado e arrepender-me de nunca ter ido. Mas também já começa a não ser tão fácil arranjar trabalho cá como era há apenas 2 anos.

4- Conhecia alguém em Londres que tenha ajudado na sua integração?

Um amigo ou outro, mas rapidamente fiz novas amizades, com ingleses e com muitas outras nacionalidades. Tenho amigos de todos os cantos do mundo. Entretanto também tive mais amigos de Portugal que vieram juntarem-se nesta aventura.

5- Foi dificil a adaptação a um novo País, a uma nova forma de estar na vida e no trabalho?

Claro que não foi uma decisão facil e custou-me muito deixar o Pais.  No inicio acho que todas as pessoas sofrem algum “choque”, o que é normal, é deixar a casa, amigos, colegas, familia, etc. O facto de me ter mudado para Londres em Janeiro, acho que o mais dificil foi mesmo a adaptação ao clima (o que ainda causa trastorno). Contudo tambem tive em consideração o facto de vir para um sítio onde as viagens para Portugal fossem fáceis. Adaptação difícil? Nem por isso, acho que isso também tem muito a ver com a personalidade de cada um. Numa cidade como Londres acho fácil.
Em relação ao trabalho, as condições são melhores, em especial o respeito que há para com os trabalhadores. Cá não são admitidos abusos de poder e bullying no trabalho. Aqui há reconhecimento pelos bons trabalhadores (orgulho-me de dizer que os portugueses têm esta boa fama por aqui, trabalhamos mais, melhor e sabemos dar uso ao “desenrascar”)

6- Que visão tinha da vida dos emigrantes antes de partir para Londres e que visão tem agora?

Penso que tinha a mesma visao de qualquer pessoa da minha idade, a imagem de outra geração de emigrantes. Também tenho família noutros paises, mas pessoas que emigraram noutros tempos. Agora assiste-se a uma nova geracao de emigrantes e é
impressionante a quantidade de jovens portugueses que conheço aqui actualmente. Estamos a invadir Londres!

7- Vai continuar a viver em Londres? Gostaria de trabalhar/viver noutro país? Qual? Porquê?

Vou continuar em Londres. Não me vejo aqui para sempre óbviamente, adoro o nosso País, mas voltar para trabalhar na minha profissão tenho noção que será muito dificil.
Acho que depois de se dar este passo não me custava assim tanto “experientar” outro país, mas teria sempre em consideração a facilidade das viagens frequentes a Portugal.

8- Com que frequência vai a Portugal e o que pensa da situação económica do país?

Vou a Portugal com bastante regularidade, a media talvez seja de 2 em 2 meses. E ja movi bastantes pessoas aqui para irem visitar Portugal (acho que todos os Portugueses fazem um pouco isso aqui).
Acompanho as noticias e a situação de Portugal e chateio-me com isso e é motivo de conversa com os meus amigos portugueses de cá claro.
Apesar de muitos jovens procurarem Londres por não encontrarem trabalho em Portugal, há muitos que como eu, apesar de terem a sorte de ter trabalho, se fartaram das condições desse trabalho
Este foi o facto que me levou a mudar e ainda não se falava de crise, agora como as coisas estão, na maior parte dos casos ou uma pessoa se resigna e consegue viver feliz com isso ou infelizmente tem de pensar em emigrar…