Inês Rijo: “O melhor do país é o companheirismo e amizade dos argentinos”
Inês Rijo, natural de uma pequena aldeia no concelho de Seia, já trabalhou em Portugal, Moçambique e, hoje, vive e trabalha na Argentina. De apenas 28 anos, a licenciada e mestre em Direito pela Universidade de Coimbra já tinha ponderado emigrar. O que a motiva é a descoberta de novas culturas, países e pessoas.
No início de 2013, Inês teve a oportunidade de ir trabalhar para Moçambique, através de uma parceria com uma empresa do grupo, no qual trabalhava em Portugal. Ao aceitar a proposta, a jovem viria a trabalhar pouca mais de um ano em África. Logo em meados de 2014, uma das empresas do grupo para o qual Inês trabalha estava a iniciar a sua atividade na Argentina. “Fui convidada para iniciar esse novo projeto, proposta que também aceitei”, conta ao Emprego pelo Mundo.
Em relação a Moçambique, Inês teve oportunidade de falar com vários portugueses que trabalhavam no país e tentou atualizar-se em relação à realidade que iria encontrar. “No entanto por mais que pensasse estar preparada, a minha chegada foi um choque, uma vez que existe muita pobreza, as pessoas não têm acesso às coisas mais básicas, que damos por adquiridas”, explica.
Pelo contrário, relativamente à Argentina “foi tudo muito mais inesperado”. Em apenas 15 dias, Inês deixou Moçambique para rumar à Argentina e abraçar uma nova aventura. A Argentina tem uma grande variedade de atrações que vão muito além da tradicional viagem a Buenos Aires, desde as paisagens áridas do norte do país até a cidade de Ushuaia, a mais meridional do mundo.
O que motiva a jovem é a sua paixão pela descoberta de novos países, culturas, pessoas. Claro que, na hora da partida, o fator monetário também é importante. “Não ponho de parte regressar a Portugal brevemente, mas também gostaria de estar durante mais alguns anos na Argentina ou noutro país”, adianta a própria ao Emprego pelo Mundo.
Na Argentina
Inês Rijo vive em Córdoba e exerce o cargo de office manager O processo de adaptação ao país foi relativamente fácil. “Os argentinos são muito simpáticos e recebem muito bem as pessoas. A língua talvez seja dos maiores entraves, mas aos poucos vai-se aprendendo o espanhol e a comunicação torna-se mais fluída”, acrescenta.
As condições de trabalho na Argentina são comparativamente boas. O nível médio do salário dos argentinos é superior ao auferido pelos portugueses. No entanto, a taxa de inflação ronda os 35%, pelo que os sindicatos reclamam sempre o aumento dos salários em consonância com a taxa de inflação anual. Inês destaca a burocracia como o pior da Argentina, já o companheirismo e amizade dos argentinos como o melhor do país.
A jovem aconselha, a quem pretenda emigrar, que conheçam a fundo a empresa para a qual vão trabalhar e que tentam contactar com pessoas que já estejam no país. Acima de tudo “pensem no desafio que será enfrentar uma nova realidade e adaptação à mesma, que nos enriquece pessoal e profissionalmente”.