Sandra Leitão – Indonésia – Bali

Sandra Leitão – Indonésia – Bali

O emprego pelo mundo estere a conversa com a Sandra Leitão, uma luso descendente natural de Moçambique. Sandra contou-nos que desde pequena habituou-se a viajar e a mudar de países. Aos quatro anos a família decidiu-se mudar para Macau onde permaneceu vinte anos. Desde nova habituou aqueles que a rodeavam com uma grande ambição e com uma necessidade intrínseca de liberdade, o que a levou a estudar e trabalhar ao mesmo tempo. A trabalhar no aeroporto internacional de Macau, aproveitou a sua licença de parto para ingressar numa nova aventura. Ao receber uma proposta de trabalho em Portugal, decidiu-se em dar asas ao seu espírito de viajante e começou a trabalhar na Expo’98. Após trabalhar no Aeroporto de Lisboa, em duas multinacionais e por último na assembleia da republica, já casada e com 3 filhas, começou a sentir o sentimento partilhado por muitos outros portugueses. A crise leva-a a equacionar mudar-se novamente, desta vez com toda a sua família. Como a própria referiu: “adorar viajar e conhecer novos mundos”, decidiu arregaçar as mangas e por o seu sonho em prática. Indonésia tornou-se a próxima etapa.

Hoje, não duvido que foi a melhor coisa que fiz.“

Conheça mais um pouco desta autodenominada cidadã do mundo:

Sente-se uma cidadã do mundo visto ter vivido em vários países ou, apesar disso, no fundo considera-se portuguesa?

Sem duvida alguma. considero me uma cidadã do mundo mas também Portuguesa. Não tenho raízes em nenhum lado e, para mim, viver em Países diferentes trouxe me experiência, conhecimento, cultura e até vida! Macau, foi onde passei a maior parte do tempo até então, foram 20 anos. numa altura importante da minha vida, por isso, ficara sempre recordada com diferenciação.

Qual o sentimento, já tendo família criada, aquando da decisão de deixar tudo para trás e começar uma nova etapa na sua vida?

São dois sentimentos muitos opostos, mas ambos aliciantes. Primeiro sentimo-nos com mais força, afinal, vamos acompanhados e não estamos sozinhos, por outro, uma grande responsabilidade. Ainda assim, acho que, como quem não arrisca não petisca, prefiro arriscar.

Até que ponto, ter crianças pesou na sua decisão, sempre que decidiu mudar de pais? Como foi a adaptação das crianças a uma nova cultura?

Viajar já com filhos pequenos acaba por, ao contrario do que se imagina, por ser mais fácil, nunca considerei isso um problema nem tão pouco influenciou nas minhas decisões. Penso que se os pais estão bem, eles também estarão, independentemente do local onde estiverem. A adaptação no caso das minhas filhas, sobretudo da Luz que tem 3 anos, não foi simples, mas nada que rapidamente se resolve se. A língua foi sem duvida a maior condicionante. Por ultimo e o que mais me custou nesta minha decisão, foi ter que deixar a minha filha mais velha em Portugal. Apesar de saber que ela está bem e feliz, não deixa de ser difícil.

Qual o primeiro impacto da Indonésia enquanto país, quanto as pessoas, cultura e economia?

Um País maravilhoso, tropical, como gosto, barato e onde as pessoas são muito acolhedoras. A religião predominante em Bali, onde vivo, é a hindu mas também existe a religião muçulmana e católica sendo a Indonesia, o maior País muçulmano do mundo. As cerimonias, são constantes em Bali, ha cerimonias para quase tudo. Em cada vila há um templo, tanto que, é o País com maior numero de templos e cerimonias e onde as famílias gastam muito dinheiro. desde celebrar a gravidez de uma mulher, nascimento de um bebe, cremação e por ai adiante. A economia, está a crescer 6% ao ano, só isto diz tudo.

Visto estar recentemente na Indonésia, e como disse-me que gostaria de criar o seu próprio negócio, quais as perspectivas que tem em relação a concretização dos seus sonhos num país diferente?

O meu negocio está concluído e começa a funcionar dentro 2 dias (8 de Junho). Foram 8 meses a estudar o mercado, as condições, conhecer pessoas e as leis a seguir para ingressar num projecto que, apesar num País diferente e onde naturalmente as coisas se tornam mais difícieis pelas condicionantes que fazem parte, nomeadamente, a língua, a perspicácia etc, não é impossível! Com força de vontade e determinação consegue se tudo, ou pelo menos, quase tudo!

Com que frequência pretende voltar a Portugal e o que lhe faz mais falta no nosso país?

Irei a Portugal sempre que puder, pelo motivo que acima referi, a minha filha mais velha. Quando tomei a decisão de vir viver e trabalhar para Bali, a condição foi essa, visitar e manter o contacto com a Rita 6 meses por ano. ou eu lá, ou ela cá! Sinto falta da família e amigos, mas por outro lado, ganhei novas amizades, novas experiências e ate mais uma língua ja começo a falar!

O que aconselha as pessoas desempregadas se encontram em Portugal?

Explorem o mundo, há muito para ver muito por conhecer. O mundo é uma caixinha de surpresas e nós também somos! Se não tenta nunca saberá! Arrisquem pois a vida são 2 dias um para acordar e o outro para se viver. Acreditar sempre!

Ninguém disse que ia ser fácil, mas sei que um dia vou olhar pra trás e ter a certeza que fiz tudo o que pude para ser feliz, afinal é isso que procuramos certo?